Exu demônio ?
Exus de
Umbanda, de
acordo com o que apregoam a Umbanda e o Candomblé, são espíritos de
diversos níveis de luz que podem ou não incorporar nos médiuns de Umbanda, Jurema, Omolokô, Candomblé de Caboclo, entre outras
religiões afro-brasileiras.
Nos Candomblés puros, de nação,
como Jeje Mahi, Keto, Angola, Ijexá e Nagô, normalmente não há incorporação
de espíritos,
apenas manifestação de Orixás, que são entidades de
altíssimo poder, representantes das forças da natureza, e que ocupam o topo da
hierarquia espiritual dentro dos cultos de origem africana. A grande diferença
do Orixá para a simples entidade espiritual ou catiço reside no fato de que
esses últimos foram pessoas comuns, que viveram na Terra e no momento ocupam a
condição de desencarnados. Amanhã ou depois podem estar de volta à matéria,
conforme os desígnios de Deus. O Orixá é representante de uma força da natureza
e não está sujeito a esse ciclo de reencarnações. É um espírito maior.
Nos Candomblés de
Caboclo, no entanto, que não deixa de ser um tipo de Umbanda, podem ser
encontradas casas que adotem a incorporação de Exus, Pomba-Giras, Caboclos,
Boiadeiros, Marinheiros e outras entidades espirituais.
Todavia, o Orixá Exu, cultuado
somente nas nações de Candomblé,
é considerado uma divindade. Domina os Filhos de Santo que o carregam em seus
oris, mas esse domínio difere em muito daquele incorporação que ocorre na
Umbanda, onde se manifesta para dar consultas. O Exu de Umbanda é
uma entidade, o espírito de alguém que nasceu e morreu, portanto pertence ao
chamado povo de rua ou catiço.
Zé Pilintra
Exu é denominação
genérica.
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Quando incorporam, os Exus
masculinos costumam se caracterizar com capas, cartolas e bengalas.
As Pomba Giras vestem
saias rodadas, usam brincos, pulseiras, perfumes e rosas. Mas, não é
obrigatório que os médiuns se utilizem dessas vestimentas para a incorporação.
Cada terreiro trabalha de forma autônoma. Alguns centros uniformizam a roupa
dos médiuns; todos, por exemplo, vestem branco.
Exu, que entre
outras coisas é o Mensageiro dos Orixás no Candomblé, tem origem na religião
africana, de modo que apenas em um período posterior, na fase do sincretismo,
foi reinterpretado e até marginalizado nos cultos afro-brasileiros, notadamente
na Umbanda. Aliás, pela influência Católica na colonização e formação
político-social do Brasil, Exu foi associado com o demônio mesmo antes da
fundação da Umbanda. Nessa religião, entretanto, essa figura foi complementada
como entidade maligna. Exu se tornou, para quem ignora as características e os
fundamentos das religiões afro-brasileiras, o representante do demônio, do
perigo e da imoralidade. Por isso, parece que os primeiros umbandistas o
associaram com africanos e escravos rebeldes. Exu foi, portanto, segregado da
Umbanda, e se tornou o legislador da Quimbanda, do submundo. Mas muitos
centros que não praticam a Quimbanda permitem a incorporação de Exus. Muitos
deles nem mesmo usam bebidas alcoólicas e nem fazem quaisquer apologias a
vícios. Nem todos são risonhos e brincalhões. Muitos são sérios e exigem
atitudes corretas de seus médiuns e de seus consulentes.
Outra interpretação
umbandista coloca Exu na ordem evolucionista de precedência, conforme o modelo
kardecista. Ele é reduzido a um espírito menos evoluído, que, todavia tem
potencial para evoluir e se tornar um espírito bom. O que nem sempre parece ser
verdade, pois há muitos Exus altamente evoluídos. Alguns umbandistas distinguem
entre Exu pagão e Exu batizado, que se submeteu à doutrinação e encontrou o
caminho certo da escada da evolução. Em verdade, existem três patamares básicos
onde se pode posicionar um Exu: o primeiro é o nível de zombeteiro, no qual o
Exu ainda não se conscientizou de que deve buscar a, luz. É o Exu pagão. Quer
apenas bebidas alcoólicas e brincadeiras. Mas, ao final desse ciclo, enxerga
que não vai evoluir enquanto permanecer realizando tais proezas. E passa ao
nível de Exu de linha, trabalhando sob a supervisão de entidades que o
fiscalizam e determinam tarefas a serem cumpridas na espiritualidade. Ao final
desse ciclo, é um Exu Batizado ou Coroado.
O terceiro nível é
o de Exu Bará ou servidor de um Orixá. Ao atingir esse nível, pode o Exu deixar
de incorporar em médiuns e permanecer apenas realizando tarefas na
espiritualidade, sob as ordens diretas de seu Orixá Regente. Essa distinção
reflete algo do caráter original ambivalente de Exu, apesar do rito de passagem
do batismo, que define a distinção que é certamente nova. Novamente esse
batismo do Exu pagão tem sido interpretado como uma expressão e aculturação e
domesticação do mal, do perigo e da imoralidade.
Há ainda outra
interpretação que considera os Exus como entidades espirituais com a mesma
evolução das demais entidades, como caboclos e preto-velhos, apenas
posicionados em uma linha de trabalho diferente e estigmatizados muitas vezes
até mesmo pelos próprios espiritualistas. Não existe, portanto, a noção de que
eles são pouco evoluídos ou que se dedicam à prática da magia negra.
Exus evoluem, sim,
mas dentro de sua linha, como qualquer outra entidade. Por isso, existem os
pouco evoluídos e os que estão evoluindo, os que atingiram o nível de Exu
batizado e já trabalham dentro de uma linha que exige correção e boa conduta, e
os Exus Barás ou servidores de um Orixá.
Há quem creia que os Exus são
entidades (espíritos) que só fazem o bem e outros que creem que podem também
ser neutros ou maus. Dividem-se, de acordo com uma hierarquia espiritual, em
falanges, sub-falanges, grupos e sub-grupos. Observa-se que, não raro, alguns
terreiros de Umbanda, e mesmo de Candomblé,
não orientam seus médiuns quanto à natureza dessas entidades, o que é um erro
muito grave. Muitos confundem Exu com um obsessor ou com um espírito de baixa
evolução espiritual e moral, quando isso não é verdade. Essas entidades não
devem ser confundidas com os chamados obsessores. Ao
contrário, ficam sob o seu controle os espíritos mais atrasados na evolução,
que são por eles orientados para que consigam evoluir através de trabalhos
espirituais feitos para o bem.
Tranca Ruas
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Há algumas diferenças na maneira
de conceber o Exu no Candomblé e na Umbanda.
No primeiro, é como os demais Orixás,
uma personalização de fenômenos e energias naturais. O Candomblé considera que
as divindades, ou seja, os Orixás entram em transe
nos médiuns, intitulados cavalos ou aparelhos, mas não há consultas. Apenas se
manifestam nas festas devidamente caracterizadas e paramentadas. Já na Umbanda,
o Exu é uma entidade que normalmente incorpora e promove consultas incorporadas
em seu médium, como outras entidades, tais quais, os caboclos, pretos-velhos, crianças, os falangeiros de orixás, também denominados
mensageiros, e outras várias entidades.
A Umbanda considera os Exus como
entidades que buscam, através da caridade, a evolução espiritual. Em síntese, o
grande agente mágico do equilíbrio universal. Também é o guardião dos trabalhos
de magia,
pela qual opera com as forças do astral. E também são considerados
"policiais", "sentinelas", "seguranças" que agem
pela Lei, no submundo do "crime" organizado e principalmente
policiando seu médium médium no seu dia a dia. As falanges de Exus sempre estão
nas zonas consideradas infernais, embora delas não façam parte. Com efeito,
realizam os seus trabalhos de guarda em todas as partes onde são necessários.
Certos Exus guardam entradas de hospitais, necrotérios e cemitérios para
impedir que kiumbas, espíritos sem evolução, de natureza vampiresca e
zombeteira, se alimentem do duplo etéreo dos que estão à beira da morte ou
daqueles que desencarnaram recentemente. A força
vital permanece nos corpos sem vida e não deve ser sugada para alimentar almas
que desejam praticar o mal. Esses espíritos devem ser impedidos de qualquer
maneira. Participam também do resgate de almas localizadas em zonas inferiores,
os chamados umbrais.
O plano astral
também é morado de miríades de espíritos que perseveram no mal. Alguns deles
estabelecem uma prática na espiritualidade de obsidiar desencarnados e até
encarnados. O trabalho dos Exus é não permitir que consigam influenciar
espíritos e pessoas vivas a ponto de elastecer seus tentáculos e criar
verdadeiras frentes de maldade espiritual e material. Esse combate é árduo e
permanente. Os Exus chefes de falange, geralmente Coroados ou Barás de Orixá,
podem ser equiparados a verdadeiros generais que promovem vigília e combate,
além do comando de inúmeras falanges.
Zé Pretinho
Os Exus obedecem,
ainda, a uma divisão maior, que os aponta como Exus da estrada, da
encruzilhada, do cemitério, da beira do mar e das cidades.
Esses espíritos se
utilizam de energias mais "densas" ou materiais. Nota-se que
essas entidades podem
realizar trabalhos benignos, como curas, orientação em todos os setores da vida
pessoal dos consulentes e praticar a caridade em geral. A condição de Exu para
um espírito é transitória, podendo este, uma vez redimidas suas dívidas perante
a Lei Divina, reencarnar, resgatar o restante de seus carma e
seguir escalas mais elevadas de evolução.
Os trabalhos malignos não são
acordos efetuados com os Exus, mas sim com Kiumbas,
que agem nas sombras e não estão sob a orientação de nenhum guia, mas que podem
se fazer passar por um, atuando em terreiros que não praticam os fundamentos
básicos da Umbanda,
que são a existência de um Deus único, crença em entidades espirituais em evolução,
Orixás que formam a hierarquia espiritual, guias mensageiros, na existência
da alma,
na prática da mediunidade sob forma de desenvolvimento
espiritual do médium, além da caridade gratuita a quem necessita. O objetivo
é sempre proporcionar vibrações positivas através da fé, amor e respeito ao
próximo. Alguns centros ditos de Umbanda se servem apenas para ganho pessoal do
seu pai-de-santo ou sacerdote. Reuniões em que há a incorporação de exus, por
exemplo, não pode haver nenhum tipo de cobrança ao visitante, seja de dinheiro
ou de qualquer outra natureza.
Os Exus infelizmente são
confundidos com os kiumbas, que são espíritos trevosos ou obsessores que se
encontram desajustados perante a Lei Divina. São responsáveis pelos mais
variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas confusões, até
as mais duras e tristes obsessões. Comparados ao Diabo dos Católicos,
são espíritos que
se comprazem na prática do mal, apenas por sentirem prazer ou vingança, calcado
no ódio doentio. Aguardam, portanto, que a Lei os recupere da melhor maneira.
Vivem no baixo astral, onde as vibrações energéticas são pesadas. Trata-se de
uma enorme egrégora formada pelos maus pensamentos e
oriundos dos espíritos encarnados e desencarnados.Sentimentos baixos, tais
quais paixões desenfreadas, ódios, rancores, raivas, vinganças, sensualidade exagerada
e vícios de
toda estirpe alimentam essa faixa vibracional da qual os kiumbas se comprazem,
já que se sentem mais fortalecidos com a energia negativa que por eles é
absorvida.
O verdadeiro Exu é uma entidade
guardiã empenhada em uma missão maior, por isso não faz mal a ninguém. Seu
objetivo é auxiliar as pessoas com fé e respeito. Alguns exus foram, quando
reencarnados, pessoas importantes, como políticos, médicos, advogados,
industriais, mas também trabalhadores, pessoas comuns, padres,
escravos, saltimbancos que cometeram alguma falha e escolheram ou foram
escolhidos para assumir essa roupagem espiritual com o fim de redimirem seus
erros pretéritos. Outros são espíritos mais evoluídos que optaram por orientar
os seus médiuns. Em seus trabalhos de magia, o exu corta demandas, desfaz
trabalhos malignos, feitiços e magia negra,
efetuada por espíritos sem evolução. Ajudam a limpar ambientes, retirando os obsessores e os encaminhando para à luz ou para que
possam cumprir suas penas no astral inferior.
Maria Padilha
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Alguns espíritos,
que usam indevidamente o nome de Exu, procuram realizar trabalhos de magia
dirigida contra os encarnados. Na realidade, quem está agindo é um espírito
atrasado. É justamente contra as influências maléficas, o pensamento doentio
desses feiticeiros improvisados, que entra em ação o verdadeiro exu, atraindo
os obsessores ainda ignorantes e procurando trazê-los para suas falanges que
trabalham visando à própria evolução.
O chamado Exu
pagão é tido como aquele sem luz, sem conhecimento e pouca evolução,
ainda não pronto para o despertar à caridade.
Já o exu
batizado é uma alma já sensibilizada pelo bem que já evoluiu e
trabalha para o próximo, dentro do reino da Quimbanda, por ser uma força
ajustável ao meio podendo intervir como um policial que penetra nos reinos da
marginalidade para fins de resgate e limpeza.
Não se deve,
entretanto, confundir um verdadeiro Exu com espíritos zombeteiros,
mistificadores, obsessores ou perturbadores, que recebem ou deveriam receber a
denominação de kiumbas e que, não raro, mistificam e iludem os presentes, se
passando por guias.
Para evitar essa
confusão, não se concede aos chamados exus pagãos a
denominação de exu, classificando-os apenas como kiumbas.
E reserva-se para os ditos exus batizados e coroados a
denominação de exu.
Os exus mais
evoluídos são chamados de Exus coroados e, acima desse nível, os Exus Barás.
Dentre esses, podem ser citados o Exu Rei, Exu Marabô, Tranca Rua das Almas,
Tranca Rua da Praia, Tranca Rua do Luar, Tranca Rua do Embaré, Exu Tiriri de
Umbanda, Exu Tiriri Lonan, Exu Caveira, João Caveira e Tatá Caveira, Exu do
Lodo, Exu das Sete Encruzilhadas, Exu Pimenta, Exu Porteira, Exu Calunga, entre
outros. As Pombas Giras mais conhecidas são Maria Padilha, Maria Molambo, Pomba
Gira Rainha, Rosa Caveira, Sete Saias e Pomba Gira Cigana.
A evolução é uma
regra constante no Universo. A Criação Divina nunca cessa. Não ficou restrita -
e nem poderia - ao Fiat Genesíaco relatado na Bíblia. A
Criação ainda prossegue, juntamente com a evolução espiritual de cada um, nesse
caminho que as criaturas trilham na direção de seu Criador. Por isso, os Exus
também evoluem. Muitas entidades dessa linha, outrora presentes nos terreiros,
hoje já não são mais encontradas ou se encontram em um processo de gradativo
desaparecimento. O primeiro caso que salta aos olhos é o do Exu Seu Sete, Rei
da Lira, famoso nos anos 70 do século XX por participar de programas de
televisão nos quais fez quase todos os presentes entrarem em transe. Houve
casos de pessoas que assistiam aos programas em suas residências e ali
simplesmente incorporaram. Dizem que até dona Cyla Médice, primeira dama do
Brasil, recebeu uma entidade diante do televisor e ao lado do Presidente da
República. Seu Sete da Lira não tem sido visto em terreiros há pelo menos uns
40 anos. O mesmo ocorre com o Exu Aleijadinho, que há décadas não é localizado
em qualquer casa de Santo. A mesma sorte seguem o Exu Toquinho, o Exu Campina e
o Exu Correnteza, há muito desaparecidos dos terreiros. Tranca Rua do Omulu das
Vinte e Sete Magias também é outra linhagem praticamente extinta nas casas de
umbanda, assim como a da Pomba Gira das Sete Cobras.
O que pode ter
ocorrido com tais entidades?
Evoluíram.
Ou os membros de
suas inúmeras falanges tornaram-se Barás e não mais regressaram aos terreiros,
ou reencarnaram para acertar eventuais débitos na Terra e depois regressar à
espiritualidade para prosseguir com sua evolução, sob a forma de Exu ou de
outra entidade..
Assim deve caminhar
a vida, inclusive a dos Exus...
wikipedia
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