A ORIGEM DOS ANJOS
A palavra Anjo é derivada do latim, angelus, e do grego,
angelos, com o significado de mensageiro. A palavra Anjo, no sentido que
empregamos atualmente, era chamado de Daimones pelos gregos (gênio, anjo, ser
sobrenatural), que foi adequadamente corrompido para “demônios” pelos autores
canônicos.
Segundo os gregos, eles eram o que se podia chamar de
“espíritos” da condição humana, isto é, personificações de vários estados de
existência, emoções, ações e moralidade. Os Daimones de moralidade foram
divididos em Agathoi (o Bem, Virtude ) e KaKoi (o Ruim, Vícios).
Foram classificados Daimones de ação humana e condições
semelhantes como Agathos ( Bom, Favoráveis ) ou Kakos ( Ruim, Prejudicial). A
palavra hebraica para Anjo é Malakl, que significa “Mensageiro”.
Anjos são os seres intermediários entre Deus e a humanidade.
Eles são definidos por sua função de proclamação de mensagem, embora este papel
não compreenda todas as suas atividades. Originários do Zoroastrismo, eles são
particularmente encontrados (embora não exclusivamente) na família ocidental de
religiões: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, em que Deus é concebido como um
ser tão elevado que não intervém diretamente no mundo.
Os anjos são constantemente
vistos entregando mensagens aos mortais ou anunciando de outras maneiras a
vontade de Deus. Muitas religiões contém noções de anjos da guarda, que são
anjos com a função de vigiar e proteger os indivíduos.
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A base desta história é a
perseguição da Igreja cristã primitiva na Palestina. O rei Herodes (neto de
Herodes, o Grande), que ocupava sua posição indicado por Roma, executou Tiago,
o irmão de João, e aprisionou Pedro com a intenção de executá-lo logo após a
Festa dos Pães Asmos. Ciente do destino que aguardava Pedro, a comunidade dos
cristãos orou por sua libertação :
“Pedro estava guardado na
prisão; mas a igreja orava com insistência a Deus por ele. Ora, quando Herodes
estava para apresentá-lo, nessa mesma noite estava Pedro dormindo entre dois
soldados, acorrentado com duas cadeias e as sentinelas diante da porta
guardavam a prisão. E eis que sobreveio um anjo do Senhor, e uma luz
resplandeceu na prisão; e ele, tocando no lado de Pedro, o despertou, dizendo:
Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos os cadeados”. ( Atos 12:5-7)
O primeiro ponto a ser observado
é que o Deus cristão responde à oração. Neste caso, ele envia um anjo para
responder às orações da comunidade cristã. Isto confere com o conhecimento
hebraico tradicional de uma divindade real que envia anjos da corte dos céus
para entregar suas mensagens ao seu povo. O anjo instrui Pedro a se vestir e
segui-lo para fora da prisão. Pedro,meio sonolento, pensa que está sonhando.
“Depois de terem passado a
primeira e a segunda sentinela, chegaram à porta de ferro, que dá para a
cidade, a qual se lhes abriu por si mesma; e tendo saído, passaram uma rua, e
logo o anjo se apartou dele”. ( Atos 12:10)
Os anjos no sentido próprio
surgiram inicialmente no Zoroastrismo, o primeiro monoteísmo verdadeiro. De
significado decisivo na visão dos últimos desenvolvimentos nas religiões irmãs
do Judaísmo, Cristianismo e Islamismo, foi a doutrina de Zoroastro de uma luta
contínua entre o bem e o mal- uma visão dualista do mundo- que incluía a guerra
entre os anjos do bem e do mal.
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O Monte São Miguel na costa
da Normandia é o monumento eterno ao líder vitorioso das hostes celestiais na
guerra contra o anjo rebelde. Quando Lúcifer deixou o céu, foi dito que levasse
consigo um terço dos habitantes do celestiais. Segundo Orígenes, havia também
alguns “anjos duvidosos” que não estavam certos da posição a tomar, se deviam
ficar do lado de Deus ou de Lúcifer.
Alguns crêem que foi dessas
criaturas hesitantes e irresolutas que se originaram os humanos. Na literatura,
a história mais significativa sobre a Guerra no Céu pode ser encontrada na obra
“O Paraíso Perdido de John Milton”, em que um Satã arrogante coloca anjos
rebeldes contra o fiel que defende o Monte de Deus no céu. Ao ser expulso do
céu, Satã corrompe os primeiros humanos como revanche.
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Em uma dessas histórias,
Satanás declarou-se igual a Deus e liderou uma rebelião de anjos contra a ordem
celestial. Derrotado, ele e seus seguidores foram expulsos do céu, e
subsequentemente continuaram a guerrear contra Deus, tentando arruinar a Terra,
a criação de Deus.
Uma narrativa alternativa,
bem menos conhecida e preservada no livro apócrito de Enoch, é que um grupo de
anjos desejou ardentemente possuir fêmeas mortais; depois de deixarem sua
morada celestial, caíram ao ter relações sexuais com elas.
Além da noção de uma batalha
espiritual contínua entre o bem e o mal, o Judaísmo também adotou a ideia de um
juízo final e ressurreição dos mortos no final dos tempos- um tempo em que a
justiça finalmente triunfaria. Este final feliz seria precedido por uma batalha
final em que os anjos de Deus venceriam Satanás e seus anjos caídos de uma vez
por todas.
Além da Bíblia hebraica,
diversos textos importantes da literatura religiosa judaica desenvolveram ainda
noções sobre anjos. O mais importante é o Talmude. Os rabinos talmúdicos simultaneamente
reconheciam inovações pós-bíblica, como a divisão entre anjos de paz e anjos do
mal.
A angelologia cristã
medieval moveu-se em duas direções. A primeira é caracterizada por um fascínio
com as personalidades de figuras angélicas específicas.
Escritos como os Livros de
Enoch, o Testamento de Abraão e o Apocalipse de Elias descrevem as funções dos
anjos chamados Uriel, Raguel, Sariel, Jeremiel e outros que prestam serviços
com Gabriel, Miguel e Rafael. Escritos cristãos não-canônicos, especialmente os
textos de Nag Hammadi, continuam e estendem-se sobre esta tendência.
Para descobrir seres
paralelos em outras religiões, os autores contemporâneos geralmente mencionam
certos espíritos e semideuses hindus/budistas, como os devas, apsaras e gandharvas;
bem como divindades mensageiras do panteão grego ou romano clássico, como Eros,
Hermes e Nice. Estas últimas deidades são particularmente apropriadas para
comparação, pois contribuíram iconograficamente para os anjos cristãos.
Outra classe de seres que
convida à comparação são as fadas. Fadas são um tipo de espírito da natureza
que, sob diferentes nomes e disfarces, são encontradas em todas as partes do
mundo.
No Ocidente, os anjos
iniciaram um declínio gradual em importância com o alvorecer da ciência, no
início da era moderna. As ciências físicas sufocaram a crença na realidade
concreta de céu, inferno, anjos e demônios. A única tendência importante que
prevaleceu foi o surgimento da psicologia de profundidade, que deu a essas
entidades nova plausibilidade como fenômenos mentais.
A noção de anjos como seres
reais, literais, voltou à moda dentro de duas subculturas distintas: o
Protestantismo evangélico moderno e a subcultura metafísica contemporânea da
Nova Era.
Curiosidade: De acordo com São
Bartolomeu, os anjos são constantemente acompanhados por uma fragrância
prolongada no ar, como as flores ou o pinho.
Fonte de pesquisa:
.luzdaserra,Lewis, James R. e Evelyn Dorothy Oliver-Enciclopédia dos
Anjos-tradução: Daniel Vieira
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