Deuses Egípcios
Os Deuses Egípcios são divindades que
fazem parte da mitologia do Egito Antigo. Essas divindades eram onipresentes e
metamórficas que influenciavam os elementos e controlavam a natureza.
O culto mais conhecido era o de Ísis e
Osíris. Os egípcios acreditavam que eles tenham povoado todo o Egito, bem como
instruído os camponeses com as técnicas de agricultura.
Religião no Egito Antigo
No Egito Antigo a religião era
politeísta, isso significa que os egípcios cultuavam diversos deuses, com
papéis e características variadas. Eles eram cultuados em todo o Egito e também
fora dele, chegando alguns até a Europa.
Os deuses egípcios têm muito em comum
com os homens: podem nascer, envelhecer, morrer; além de possuírem um nome,
sentimentos e corpo que deve ser alimentado.
No entanto, estes aspectos muito
humanos escondem uma natureza excepcional: seu corpo, composto de matérias
preciosas, é dotado de um poder de transformação e suas lágrimas podem dar
nascimento a seres ou minerais.
Existem aspectos destes deuses em várias
combinações: totalmente humanas, inteiramente animais, com corpo de homem e
cabeça de animal, com o animal inteiro no lugar da cabeça (o escaravelho, por
exemplo) ou com cabeça humana.
Interessante notar que haviam guerras
entre as cidades egípcias as quais possuíam deuses rivais.
Principais deuses
egípcios e seus significados
Rá-Atum
Rá (do português Ré) é o Deus Egípcio do Sol sendo a principal divindade
da religião egípcia. O culto ao Deus Sol foi muito próspero no Egito, sendo a
principal forma de adoração e um culto oficial por cerca de vinte séculos.
As divindades geralmente estão ligados a fenômenos da natureza, e, em
função da luz no cultivo dos alimentos, os antigos egípcios atribuíram a Rá
grande importância.
Além de ser a divindade central do panteão egípcio, Rá é também um deus
primordial e criador dos deuses e da ordem divina, junto de sua esposa, a Deusa
Ret (cujo nome é a versão feminina do nome Ré e pode ser a mesma divindade)
originaram a genealogia: Shu e Tefnut, Geb e Nut, Osíris, Seth, Ísis e Néftis.
Ao longo do tempo, esta divindade foi associado a outros deuses, como
Hórus, Sobek (Sobek-Ré), Amon (Amon-Ré) e Khnum (Khnum-Ré) e sua existência
está intimamente ligada à realeza, pois Rá teria vivido em Heliópolis e regido
o Egito antes mesmo das dinastias históricas, das quais os faraós seriam seus
descendentes.
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Rá, o Deus do Sol era representado comumente pelo o sol do meio-dia e
possuía o obelisco como insígnia, o qual era considerado um raio do sol
petrificado. Na sua forma animal, poderia transmutar-se em falcão, leão, gato,
ou no pássaro Benu.
Note que o Deus Sol possuía quatro fases: a primeira ao nascer do sol, a
segunda ao meio-dia, a terceira ao pôr-do-sol e a quarta fase durante a noite.
Contudo, a principal fase é a do meio-dia, quando ele é representado por uma
ave, comumente o falcão.
Rá e a Criação
Segundo a mitologia egípcia, todas as formas de vida foram criadas por
Rá, ao pronunciar seus nomes secretos.
Outras versões também afirmam que os seres humanos teríamos sido criados
a partir das lágrimas e suor de Rá, o qual ficara tão esgotado pelo trabalho da
criação que lhe fora atribuído por seu pai Nun, que chorou, e de suas lágrimas
abrolharam o homem e a mulher.
Os Sincretismos de Rá
A cidade de Lunu era o centro do culto a Rá, localizada ao norte do
país. Mais tarde os gregos denominaram aquela cidade como Heliópolis
("cidade do sol") e lá reinava o deus solar local, Atum, daí a fusão
Atum-Rá.
Vale destacar que Heliópolis foi um grande centro comercial do Baixo
Egito e seus sacerdotes possuíam grande prestígio, o que levou os faraós de
Tebas a adotarem Amon como deus supremo.
Surge então, uma nova fusão, desta vez denominada Amon-Rá, protetor dos
faraós. Assim, o deus Amon se tornou a divindade de destaque do panteão, pois a
superposição Amon-Rá significa, basicamente, culto ao sol (Amon = culto e Rá =
sol).
Outro sincretismo muito conhecido é o de Rá e Hórus, o qual pode ser
visto nas representações associadas ao falcão ou ao gavião, posto que, ao ser
figurado com uma cabeça de falcão, era estabelecida uma identidade com Hórus,
outro deus solar idolatrado em períodos mais remotos no Egito.
Osíris
Osíris é o deus do julgamento, do além e da vegetação, sendo considerado
um dos mais importantes e populares da mitologia egípcia.
Os cultos a Osíris eram muito comuns e são registrados a partir de 2400
a.C. Por esse motivo, diversos templos foram erigidos em sua homenagem.
Essas celebrações ocorriam anualmente por volta de 2000 a.C. as quais
eram promovidas em festivais e marcavam todo o ciclo da vida, do nascimento, da
morte, do renascimento, além da benção da fertilidade.
Simbologia
Também chamado de Usir ou Ausar, Osíris está relacionado com a vida no
além pois à ele foi atribuído o trabalho de julgar os mortos.
Para isso, o rei da ressurreição pesava o coração de cada um. Esse
processo era chamado de "psicostasia" e acontecia na "sala das
duas verdades". Assim, segundo o resultado obtido, ele decidia o destino
das pessoas.
Ele também é cultuado como deus da agricultura porque esse processo
também implica na morte e renascimento da vida.
Após a colheita, os campos experimentam o vazio até que sejam novamente
semeados para produzir novamente.
Osíris, portanto, simboliza o renascimento, a ressurreição, a justiça e
a fertilidade.
A representação de Osíris é de um rei mumificado com barba e a cabeça
adornada com uma coroa. A pele é esverdeada ou preta, como forma de indicar que
está, de fato, morto.
Suas figuras, datadas do Novo Reino, período entre 1539 a 1075 a.C., o
revelam de braços sobre o peito e segurando em cada uma das mãos um cajado e um
açoite.
História de Osíris
Osíris era filho de Geb, deus da terra, e de Nut, deusa do céu e a mãe
dos deuses. Ele tinha três irmãos: Set, deus da guerra, da violência e do caos;
Néftis, deusa do morte; e Ísis, deusa do amor, da natureza e da magia.
Set casou-se com sua irmã Néftis e Osíris com sua irmã Ísis. O papel de
Osíris foi o de governar o império antigo, já seu irmão ficou encarregado de
governar o deserto. Decerto, isso causou incômodo em Set que passa a ter muita
inveja de seu irmão.
Diante disso, Set prepara uma armadilha para matar Osíris. Ao conseguir
prendê-lo num sarcófago, ele foi atirado ao rio Nilo.
Ciente do ocorrido, Ísis fica desesperada e vai atrás do corpo do
marido, para enterra-lo com dignidade.
Com receio de que sua irmã encontrasse o corpo, Set o dividiu em 14
pedaços e distribui as partes do cadáver de Osíris pelo Egito.
Com a ajuda de sua irmã Néftis, a deusa Ísis desenterrou todos os
pedaços, menos o falo (pênis) que fora substituído por um caule vegetal. Após o
ocorrido, ele é mumificado e Ísis se transforma numa ave, que tem o poder de
ressuscitar Osíris.
Pelo união sexual de ambos, Ísis deu vida ao filho, Hórus, deus do sol
nascente, que vingou a morte de seu pai matando seu tio Set.
Assim, Hórus passa a governar o Egito, e Osíris, que foi ressuscitado,
passa a viver e governar o submundo. Ali, ele ficou responsável por julgar as
pessoas pesando seus corações.
Deus Hórus
O deus Hórus é o deus solar dos céus e um dos mais importantes da
mitologia egípcia. A imagem de Hórus está associada ao firmamento, e portanto,
ele representa a luz, o poder e a realeza.
A partir de 2200 a.C., Hórus é elevado a símbolo do Egito unificado
quando vence seu tio numa das batalhas, e o faraó, o rei egípcio, passa a ser
tratado como sua encarnação.
Esse deus adorado pelos egípcios é conhecido por vários nomes, os quais
mudam conforme os locais de culto. Os mais usados são: Heru-sa-Aset, Her'ur,
Hrw, Hr, Hor-Hekenu ou Ra-Hoor-Khuit.
O deus Hórus possui corpo de homem e cabeça de falcão. No entanto, em
algumas representações ele tem asas de gavião e, ao invés de uma coroa em forma
cônica, em sua cabeça há um disco solar. Na mão esquerda, ele carrega uma chave
que simboliza a vida e a morte.
Hórus foi cultuado mesmo antes do período dinástico no Egito. Após o
início do período dinástico, sua forma é fundida com a de um ser humano. A
partir desse momento, ele passa a ser representado com o corpo de homem e a
cabeça de falcão. Isso porque esse animal, adorado pelos egípcios, possui uma
visão muito poderosa.
História
Filho dos irmãos Ísis e Osíris, Hórus foi concebido quando seu pai já
estava morto e mumificado. Porém, ele foi ressuscitado por sua mãe, que se
transformou num pássaro com poderes.
Seu pai era o deus da vegetação, do além e do julgamento, enquanto sua
mãe, a deusa da natureza, da fertilidade e da magia. Antes de seu nascimento,
seu pai foi assassinado pelo seu tio Set, deus do caos, que o invejava. Isso
porque Osíris governava as terras do Egito e seu irmão, o deserto.
Insatisfeito com isso, Set planeja matar Osíris, e com o sumiço do deus,
sua irmã-esposa vai atrás de seu amado. Com medo de que ela encontrasse seu
corpo, Set o corta em 14 pedaços e espalha-os pelo Egito.
Determinada a oferecer um enterro digno a seu amado, Ísis percorre todo
o Egito e junta 13 pedaços. Entretanto, não encontra o falo (pênis), que fora
substituído por um caule vegetal.
Após mumificarem o corpo de Osíris, Ísis se transforma num milhafre, uma
ave que lhe concede poderes. Assim, ela consegue copular com seu amado e dessa
união surge Hórus.
Quando cresceu, Hórus jurou vingar a morte de seu pai travando diversas
batalhas com seu tio que, por fim, foi destronado e morto por seu sobrinho.
Após esse episódio, ele tornou-se o governante supremo do Egito sendo
responsável por unir o Baixo-Egito e o Alto-Egito.
Em uma das batalhas, contudo, Hórus perdeu visão de um dos olhos. Esse
episódio passou a ser usado para explicar que o órgão ferido era, na verdade, a
Lua.
Hórus casou-se com Hathor, deusa das festas, do vinho, da alegria e
guardiã das mulheres e protetora dos amantes. Ela é representada com a cabeça
ou as orelhas de uma vaca.
Representação do olho de Hórus
O olho de Hórus, também chamado de Udyat, é um amuleto que fora usado
desde os tempos antigos. Para o egípcios, o olho era o espelho da alma e quem
carregasse esse símbolo estava livre do mau olhado.
O olho de Hórus, perdido numa batalha contra seu tio, simboliza o bem
que venceu o mal. Por esse motivo, esse talismã representa a luz, a sorte, a
prosperidade, a saúde e a força.
Reza a lenda que o poder de Hórus estava distribuído nos dois olhos.
Assim, o olho direito representaria o Sol, já o olho esquerdo, a Lua. Nessa
perspectiva, o Sol simbolizava o poder e a essência, enquanto a Lua simbolizava
a cura.
Atualmente, essa figura que simboliza poder e proteção, é muito
escolhida pelas pessoas que querem fazer uma tatuagem.
Anúbis, também chamado de Anupo, é o deus egípcio protetor, guardião e
guia dos mortos. Na mitologia egípcia, ele auxilia os mortos no encontro com
Osíris.
Para isso, é associado ao olho de Hórus e também apontado como o deus
dos ritos funerários, como o processo de mumificação dos faraós.
Note que na mitologia grega, Anúbis é associado a Hermes, o mensageiro
dos deuses.
Representado com a cabeça de chacal e corpo de homem, o culto a Anúbis
teria começado entre os anos 3100 a.C. e 2686 a.C., na época da primeira
dinastia do Egito. Na mão direita ele segura um cetro e na esquerda a chave que
representa a vida e a morte. Além disso, Anúbis tem como símbolo o chicote que
ele carrega junto ao seu corpo.
Essa representação seria explicada porque naquele momento da história,
os mortos eram enterrados em covas rasas. Assim, para evitar a ação de
saqueadores, cães e chacais eram usados como protetores.
História
Alguns mitos indicam que Anúbis era filho de Osíris com Néftis e foi
deus do submundo. O posto foi assumido depois por Osíris, e Anúbis, em respeito
ao pai, não voltou a retomá-lo.
Caberia a Anúbis a organização dos ritos funerários. O primeiro a ser
submetido foi Osíris, cujo cadáver foi embalsamado para preservação, após ser
assassinado por Set.
Nessa versão, Osíris juntou-se com sua irmã Néftis e com ela teve um
filho: Anúbis. Enciumado pela quantidade de terras que Osíris governava no
Egito, seu irmão Set resolve matá-lo.
No entanto, sua outra esposa-irmã, Ísis, o ressuscita e com a ajuda de
Néftis e Anúbis embalsamam o corpo de Osíris. Após ser ressuscitado por Ísis,
Osíris passa a viver no submundo. Ali, ele fica encarregado de pesar o coração
dos mortos e decidir seu destino.
Anúbis, por sua vez, ficou encarregado de preparar o ritual de morte e
embalsamar os corpos. Além disso, ele ficou responsável por guiar a alma dos
mortos. Ele possuía alguns sacerdotes que o ajudavam a embalsamar os corpos.
Nesses rituais, seus auxiliares utilizavam máscaras de chacais.
Depois de mumificado, o coração do morto era entregue a Anúbis, e da
mesma forma que seu pai, ele pesava cada um.
Reza a lenda que, nesse processo ele usava a chamada "pena da
verdade". Se o órgão fosse mais pesado que o objeto, ele era levado para
ser devorado por Ammit, o deus leão. Isso porque esse coração mais pesado que a
pena estava cheio de maldade.
Se o coração fosse mais leve, certamente ele estava repleto de bondade.
Por conseguinte, ele era guiado por Anúbis até o mundo do além, onde governava
seu pai, Osíris.
Anúbis casou-se com a deusa do funerais, Anput e com ela teve uma filha
Kebechet, associada ao líquido utilizado para embalsamar os corpos.
Ísis
A deusa Isis
Ísis (em egípcio: Auset) foi
uma deusa da mitologia egípcia, cuja adoração se estendeu por todas as partes
do mundo greco-romano. Foi cultuada como modelo da mãe e da esposa ideais,
protetora da natureza e da magia. Era a amiga dos escravos, pescadores,
artesãos, oprimidos, assim como a que escutava as preces dos opulentos, das
donzelas, aristocratas e governantes.Ísis é a deusa da maternidade e da
fertilidade.
Os primeiros registros
escritos acerca de sua adoração surgem pouco depois de 2500 a.C., durante a V
dinastia egípcia. A deusa Ísis, mãe de Horus, foi a primeira filha de Geb, o
deus da Terra, e de Nut, a deusa do Firmamento, e nasceu no quarto dia
intercalar. Durante algum tempo Ísis e Hator ostentaram a mesma cobertura para
a cabeça. Em mitos posteriores sobre Ísis, ela teve um irmão, Osíris, que veio
a tornar-se seu marido, tendo se afirmado que ela havia concebido Horus. Ísis
contribuiu para a ressurreição de Osiris quando ele foi assassinado por Seth.
As suas habilidades mágicas devolveram a vida a Osíris após ela ter reunido as
diferentes partes do corpo dele que tinham sido despedaçadas e espalhadas sobre
a Terra por Seth.Este mito veio a tornar-se muito importante nas crenças
religiosas egípcias.
Ísis também foi conhecida
como a deusa da simplicidade, protetora dos mortos e deusa das crianças de quem
"todos os começos" surgiram, e foi a Senhora dos eventos mágicos e da
natureza. Em mitos posteriores, os antigos egípcios acreditaram que as cheias
anuais do rio Nilo ocorriam por causa das suas lágrimas de tristeza pela morte
de seu marido, Osíris. Esse evento, da morte de Osíris e seu renascimento, foi
revivido anualmente em rituais. Consequentemente, a adoração a Ísis estendeu-se
a todas as partes do mundo greco-romano, perdurando até à supressão do
paganismo na Era Cristã.
Irmã-esposa de Osíris
No Império Antigo, da III à
VI dinastia egípcia, entre 2686 a.C. e 2134 a.C., os panteões das cidades
egípcias variaram de região para região. Durante a V dinastia, Ísis pertenceu à
Enéade da cidade de Heliópolis. Acreditava-se então que ela era filha de Nut e
Geb, e irmã de Osíris, Néftis e Seth. As duas irmãs, Ísis e Néftis, muitas
vezes eram representadas nos sarcófagos com grandes asas esticadas, como
protetoras contra a maldade. Como deidade funerária, Ísis foi associada a
Osíris, senhor do submundo (Duat), e foi considerada sua esposa.
A mitologia tardia
(ultimamente em resultado da substituição de um outro deus do submundo, Anúbis,
quando o culto de Osíris ganhou mais importância) fala-nos do nascimento de
Anúbis. A narrativa descreve que, como Seth negava um filho a Néftis, esta
então disfarçou-se como Ísis, muito mais atraente, para seduzi-lo. O plano
falhou, mas Osíris passou a achar Néftis muito atraente, pensando que ela era
Ísis. Eles copularam, o que resultou no "nascimento" de Anúbis. Em
outra narrativa, Néftis deliberadamente assumiu a forma de Ísis, a fim de
enganar Osíris e assim obter dele a paternidade de seu filho. Com medo das
represálias de Seth, Néftis persuadiu Ísis a adoptar Anubis, de modo a que a
criança não viesse a ser descoberta e morta. Essa narrativa explica tanto
porque Anúbis é visto como uma divindade do submundo (uma vez que se torna
filho de Osíris), quanto porque não poderia herdar a posição de Osíris (uma vez
que não era um herdeiro legítimo), preservando posição de Osíris como Senhor do
submundo. Deve ser lembrado, no entanto, que este novo mito foi apenas uma
criação posterior do culto de Osíris que queria retratar Seth em um papel de
maldade, como inimigo de Osíris.
Em outro mito de Osíris,
Seth preparou um banquete para Osíris apresentando uma bela caixa e declarando
que, quem coubesse perfeitamente nela, poderia ficar com ela como um presente.
Ora, Seth havia medido Osíris enquanto este dormia, certificando-se assim que
este era o único a caber perfeitamente na caixa. Após vários dos presentes
terem tentado encaixar-se nela, chegou a vez de Osíris, que a preencheu
perfeitamente. Seth então fechou a tampa da caixa, transformando-a num caixão
para Osíris. Em seguida, Seth afundou a caixa fechada com Osíris nas águas do
rio Nilo, que a levaram para muito longe. Assim que soube do ocorrido, Ísis foi
procurar a caixa, para que Osíris pudesse ter um enterro apropriado. Foi
encontrá-la na longínqua Biblos, cidade na costa da Fenícia, e trouxe-a de
volta ao Egito ocultando-a em um pântano. Entretanto, naquela noite, Seth foi à
caça, vindo a encontrar a caixa oculta. Enfurecido, Seth retalhou o corpo de
Osíris em catorze pedaços, e os espalhou por todo o Egito, para se certificar
que Ísis jamais poderia encontrá-los e dar assim um enterro adequado a
Osíris.Ísis e Néftis, sua irmã, dedicaram-se então à busca dos pedaços, tendo
conseguido encontrar apenas treze. Um peixe havia engolido o último, o pênis,
que Ísis refez utilizando magia. Desse modo, com todas as partes reunidas do
corpo morto de Osíris, ela pode conceber Hórus. O número de partes do corpo de
Osíris é descrito de forma variável nas paredes de diversos templos, entre
catorze e dezesseis e, ocasionalmente, em quarenta e duas, uma para cada nomo
ou distrito.
Paralelos com a Virgem Maria
Alguns eruditos traçam
paralelos entre a adoração de Ísis na época final do Império Romano e a
adoração à Virgem Maria cristã. Quando o cristianismo começou a ganhar
popularidade, difundindo-se na Europa e em todas as partes do Império, os
primitivos cristãos converteram um relicário da Ísis egípcia em um para Maria e
de outros modos "deliberadamente tomaram imagens do mundo pagão".
Embora a Virgem Maria não
seja idolatrada pelos cristãos (é venerada tanto pelos Católicos quanto pelos
Ortodoxos), o seu papel, como figura de mãe compassiva, tem paralelos com a
figura de Ísis. O historiador Will Durant observou que "os primitivos
Cristãos por vezes fizeram os seus cultos diante de estátuas de Ísis
amamentando o filho Hórus, vendo nelas uma outra forma do nobre e antigo mito
pelo qual a mulher (isto é, o princípio feminino) é a criadora de todas as
coisas, tornando-se por fim, a 'Mãe de Deus' ". Hórus, sob este aspecto
infantil, foi denominado Harpócrates pelos antigos Gregos.
Isto é fruto da exposição
dos primitivos cristãos à arte egípcia. Uma pesquisa com "os vinte
principais Egiptólogos", conduzida pelo Dr. W. Ward Gasque, um erudito
cristão, revelou que todos os participantes reconheceram "que a imagem de
Ísis com o bebê Hórus influiu na iconografia cristã da Virgem e o Menino",
mas que não houve nenhuma outra semelhança, como por exemplo, que Hórus tenha
nascido de uma virgem, que tenha tido doze seguidores,etc.
Esposa-irmã de Osíris, Ísis era protetora, piedosa e estava relacionada
à magia. Com Osíris teve o filho Hórus.
Seth, o deus do caos
Seth é o deus egípcio da violência e da desordem, da
traição, do ciúme, da inveja, do deserto, da guerra, dos animais e serpentes.
Seth era encarnação do espírito do mal e irmão de Osíris, o deus que trouxe a
civilização para o Egito. Seth era também o deus da tempestade no Alto Egito.
Era marido e irmão de Néftis. É descrito que Seth teria rasgado o ventre de sua
mãe Nut com as próprias garras para nascer. Ele originalmente auxiliava Rá em
sua eterna luta contra a serpente Apep na barca lunar, e nesse sentido Seth era
originalmente visto como um deus bom.Sua aparência orelhuda e nariguda era
provavelmente um agregado de vários animais, em vez de representar somente um.
Ele também é representado como um hipopótamo, considerado pelos egípcios como
uma criatura destrutiva e perigosa.
Algumas versões contam que na verdade ele foi traído por
Néftis com Osíris, daí seu assassinato. O maior defensor dos oprimidos e
injustiçados, tinha fama de violento e perigoso, uma verdadeira ameaça.
Conta-se que Set ficou com inveja de Osíris e trabalhou incessantemente para
destruí-lo (versões contam que Néftis, esposa de Seth, fora seduzida por
Osíris, o que seria uma ressalva. Anúbis teria sido concebido desta relação).
Auxiliado por 72 conspiradores, Seth convidou Osíris para um banquete. Durante
a refeição, apresentou uma magnífica caixa-sarcófago (ataúde) que prometeu
entregar a quem nela coubesse. Os convidados tentaram ganhar a caixa, mas
ninguém cabia nesta, dado que Seth a tinha preparado para as medidas de
Osíris,que, convidado por ele, entra na caixa. É então que os conspiradores,
sits, servos do próprio Seth trancam-na e atiram-na para o rio Nilo. A corrente
do rio arrasta a caixa até o mar Mediterrâneo, acabando por atingir Biblos
(Fenícia). Ísis, desesperada com o sucedido, parte à procura do marido,
procurando obter todo o tipo de informações dos que encontra pelo caminho.
Chegando a Biblos Ísis descobre que a caixa ficou inscrustrada numa árvore que
havia sido cortada para fazer uma coluna no palácio real. Com a ajuda da
rainha, Ísis corta a coluna e consegue regressar ao Egito com o corpo do amado,
que esconde numa plantação de papiros.
Contudo, Seth encontrou a caixa e furioso decide
esquartejar em 14 pedaços o corpo, que espalha por todo o Egito; segundo alguns
textos do período ptolomaico, teriam sido 16 ou 42 partes. Quanto ao
significado destes números, deve-se referir que o 14 é o número de dias que
decorre entre a lua cheia e a lua nova e o 42 era o número de províncias (ou
nomos) em que o Egito se encontrava dividido.
Suas acções fizeram com que a maioria dos outros deuses
se voltassem contra ele, mas Seth achava que seu poder era inatacável. Hórus,
filho de Ísis e Osíris, conseguiu matar Seth, que acabou identificado como um
deus do mal. Em algumas versões, Hórus castra Seth ao invés de matá-lo.
Irmã-esposa de Set e após a morte de Osíris, separou-se de seu esposo e
juntou-se à sua irmã Ísis em luto.
Deusa guardiã das mulheres e protetora dos amantes. Hathor é esposa de
Hórus, representada com a cabeça ou as orelhas de uma vaca.
Ligada à fertilidade, Bastet é a deusa da fertilidade, sexualidade e do
parto. Com cabeça de gato e corpo de humano, ela é considerada a protetora das
mulheres.
Deusa com cabeça de leoa, Sekhmeth é filha de Rá e, por isso, reflete o
aspecto destrutivo do Sol.
Por:
Daniela Diana,rickgomes
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